segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Yoko não foi culpada por separação dos Beatles, diz McCartney

 Yoko Ono, John Lennon e Paul McCartney
durante a estreia de 'Yellow submarine', em
1968

O cantor e compositor britânico Paul McCartney afirmou que Yoko Ono, a mulher de John Lennon, não foi a responsável pela dissolução do grupo.
''Ela certamente não separou o grupo, o grupo já estava se separando'', afirmou McCartney em uma entrevista, pondo fim a décadas de acusações de que Yoko seria a pivô do fim da banda, em 1970.
Os comentários do cantor foram feitos durante uma entrevista concedida a David Frost, o repórter britânico que se celebrizou por ter realizado a primeira entrevista de Richard Nixon desde que ele renunciou à presidência dos Estados Unidos.
A entrevista de uma hora será exibida no mês que vem na rede Al Jazeera e é uma das mais extensas dadas recentemente pelo ex-beatle.

Em defesa de Yoko

McCartney chega até dizer que Yoko teve um papel positivo sobre as ideias musicais do parceiro, ao afirmar que Lennon não teria feito canções como "Imagine" se não tivesse tido contato com a arte vanguardista da artista plástica e compositora japonesa.
''Eu acredito que ele não teria sido capaz de fazer isso sem Yoko, por isso, acho que ela não pode ser culpada por nada. Quando a Yoko apareceu, parte de sua atração era seu lado vanguardista, sua visão a respeito das coisas, por isso, ela mostrou a ele outra maneira de ser, que foi muito atraente para ele. Então, era hora de John ir, ele definitivamente iria sair, de um jeito ou de outro'', afirmou o cantor.
Mas na conversa com Frost, McCartney reconhece, no entanto, que se incomovada com o fato de Yoko estar sempre nas sessões de gravações dos Beatles.
O ex-beatle afirma ainda acreditar que o grupo se separou no momento certo. De acordo com ele, a banda ''deixou um belo legado'' e que por isso a separação ''não foi algo ruim''.
McCartney conta que um dos motivos pelos quais ele e John foram muito próximos é que ambos perderam suas mães ainda na juventude. A mãe de Lennon morreu ao ser atropelada, quando ele tinha 17 anos. McCartney perdeu sua mãe quando ele tinha 14 anos de idade.
No início deste mês, o primeiro compacto lançado pelos Beatles, "Love Me Do", completou 50 anos.

Fonte: G1

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Circo Voador completa 30 anos de Lapa

2012 intenso no Circo Voador com sequência de apresentações inesquecíveis de várias bandas que começaram a fazer história na música brasileira exatamente no palco mais clássico do Rio (talvez do Brasil e até do mundo, sem exagero). Já passaram por lá Titãs, Planet Hemp, Rappa, Pitty, Ultraje... e a festa não para com agenda lotada de shows de altíssimo nível até final do ano. Mas ontem, dia 24 de outubro, foi o dia exato em que há 30 anos o Circo pousava sua lona na Lapa depois de estrear no Arpoador durante o verão com Blitz, Domingueira Voadora e o festival Rock Voador.
A data não podia passar em branco. Abaixo, papo com Felipe Varanda, organizador da exposição montada sob andaimes no Circo com 68 fotos de shows. Na sequência, trechos de apresentações marcantes, de Planet a Barão, de Cássia Eller a Rita Lee, de Titãs a Celso Blues Boy, o recordista da casa com nada menos que 104 apresentações. Um texto divulgado pela produção do jornal O Globo do Rio de Janeiro retrata bem isso!
Parabéns Circooooo!
 
Ontem fez 30 anos. Uma honra seguir em frente. Uma honra saber que dias e noites inesquecíveis ocorreram sob essa lona. Uma honra saber que pelo menos três gerações já passaram por aqui. Uma honra saber que tantos profissionais brilhantes começaram aqui sua carreira. Uma honra agregar tantos estilos e diferenças. Uma honra fazer parte de um processo educativo e cultural com a creche, a escola Joaquim Silva e os cursos na lona. Uma honra acompanhar e fazer parte do crescimento do bairro da Lapa. Uma honra dividir com cada um de vocês essa comemoração.
Veja infográfico do Globo, feito por Lívia Brandão, no começo de 2012, com fotos e trajetória do Circo.
Abaixo, entrevista com curador da exposição ‘Circo Voador 30 anos’ (até 27 de novembro).
 
Como feito o processo de escolha do material? E a ideia de usar os andaimes?

 Felipe Varanda: Esse número mágico de 68 imagens tem a ver exatamente com os andaimes onde foram montadas as fotos. Pensamos nessa estrutura para remeter ao Circo dos anos 80 e 90 que era construído com esse material. A mostra pode ser também considerada uma instalação onde se pode circular e até entrar em alguns andaimes onde foram colocados monitores. Existem também 3 telões que passam simultaneamente trechos de shows históricos. Com um fone de ouvido é possível selecionar qual dos telões ouvir. Os vídeos foram todos editados pela equipe do Circo, eu participei selecionando as bandas. O acervo do Circo hoje é muito organizado e o processo todo ficou muito mais fácil. Quem organizou o acervo foi o Ruy Gardner, que faz críticas de cinema no Globo. Esse acervo está disponível para consulta em dois totens lá no Circo.
Alguma imagem preferida?
 
  Tem uma foto que gosto muito que mostra operários montando a lona no Arpoador. É uma foto em preto e branco do Rogério Reis publicada no JB, em 1982. É o ponto de partida para essa estória. O critério para escolha das fotos foi tanto contemplar artistas importantes, assíduos, como também o espírito do Circo que é muito traduzido pelo seu público. Essa proximidade, informalidade que muitos artistas falam. O material veio do Circo, de acervos particulares de fotógrafos e principalmente da Agência JB que fechou uma parceria e cedeu as imagens para exposição.
Como está a reação do público?

 Ótima, a exposição se integrou perfeitamente ao Circo. Os andaimes viraram um espaço de encontro, vivo, totalmente diferente de um museu.
Nossa produção saiu à caça no Youtube de shows históricos do Circo. Tem Barão nos anos 80, coletânea com Planet, a despedida de Rita Lee dos palcos e um especial sobre o arquivo de imagens.
Por Marcelo Monteiro, que escreve para oblogblack.

Celso Blues Boy (2011)
 
 
Barão Vermelho (1983)
 
 
Planet Hemp (coletânea)
 
 
Chico Science (1994). Primeiro show no Circo
 
 
Cássia Eller (1992)
 
 
Rita Lee anuncia 'aposentadoria' (2012)
 
 
Reabertura (2004)
 
 
Acervo de vídeos do Circo
 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Avril Lavigne vai gravar música do Nickelback para filme de anime

Enquanto Avril Lavigne não divulga mais informações sobre seu novo álbum, os fãs podem matar as saudades da voz da cantora com a trilha do filme de anime One Piece Film Z.  A canadense é a primeira artista ocidental a compor o áudio de um filme japonês.
Entre as músicas escolhidas para o longa estão os covers de "How You Remind Me", do Nickelback, e "Bad Reputation", de Joan Jett.  Esta será a primeira vez que a cantora fará um cover do grupo desde que anunciou o noivado com o vocalista Chad Kroeger.
Recentemente, o produtor L.A Reid confirmou que o casal gravou outras coisas junto para o sucessor de Goodbye Lullaby (2011).  O novo disco da cantora chegará ao mercado na metade de 2013.

Coro - Can't Let You Go (Extended Dance Mix)

CORO - CAN'T LET YOU GO (EXTENDED DANCE MIX)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Vinil: Ele está de volta?

Os atestados de morte e ressurreição de mídias nestes últimos 20 anos têm sido colocados à prova a cada momento de transição. Vimos a suposta morte comercial do vinil no início dos anos 90 (quem não se deliciou com as cenas de Heleninha Roitman ouvindo uns 'lasers' em Vale Tudo), a do CD no início dos anos 2000 com o mp3 e os CDs piratas. Assistimos ao surgimento das interfaces de compartilhamento de mp3 como o Napster e o SoulSeek, processos aconteceram, cabeças rolaram, e hoje temos blogs que compartilham links em FTP, artistas disponibilizando faixas para download em mp3, iTunes tentando ganhar um troco, e uma safra infinita de novos lançamentos em mídia física. E o que é mais interessante, em vinil.
São inúmeras as estratégias de se prensar a tal da bolacha. Gente com esquemas de consignação para prensagem em Londres, outros em acordos com uma fábrica na República Tcheca, e alguns investindo na Polysom do Rio de Janeiro, reativada em 2009 pelos proprietários da DeckDiscos.
Um híbrido de fetiche com a sensação de se estar criando algo mais perene , o lançamento de disco em vinil tem adquirido cada vez mais adeptos. 'A meu ver, é um fetiche com uma ótima justificativa. LP é, para mim, o formato oficial do "álbum". É um objeto gráfico muito mais interessante. Menos descartável, mais lúdico. Além da sonoridade ser, em boa parte das vezes, mais orgânica e quente', argumenta Léo Cavalcanti, multi instrumentista e compositor que acaba de realizar o lançamento de seu álbum 'Religar' em vinil.
Fabricado na República Tcheca, o novo 'Religar' chega vistoso nas prateleiras com a arte do ilustrador Vitor Zalma e da designer Ciça Lucchesi incrivelmente potencializada. No entanto, aos meus ouvidos, o CD ainda entrega melhor todos os espectros de frequência contidos nas gravações em sistema digital 24 bit, sobretudo quando falamos de graves e agudos. Em termos bem simples, é como se, para fazer soar bem em vinil, seja necessário utilizar técnicas e sistemas de gravação e mixagem compatíveis com a mídia. O que não nos priva do prazer de desfrutar de seus benefícios.
'O Ritual do Lado A/Lado B é algo que concentra as atenções no momento da audição. A volta do culto ao "LP" é, para mim, um sinal de que o "álbum" não morreu. O álbum, quero dizer, o conjunto de músicas que forma tal unidade, que tem algo em comum,' continua.
Outro jogo de argumentos em questão é a delimitação cada vez mais estreita das funções que cada formato pode entregar ao artista e ao público. O LP entra não apenas como uma solução mais perene e fetichista, mas como também retoma o valor artístico do objeto físico em tempos de bits e bytes. O que imaginávamos estar três gerações atrás da música digital, pode ser agora a via possível para o que sobrou da indústria fonográfica. O que não exclui a importância do CD, que permanece no mercado como um folder promocional, um cartão de visitas mais refinado, um show room portátil 'presenteável'.
'Meu interesse em lançar um disco de vinil partiu da observação do uso e do valor que o CD tem hoje em dia, que é muito mais de uma ferramenta de promoção, e de um transporte de dados entre o artista e o mp3 player do ouvinte. Em contrapartida, achei que o vinil ainda carregava o mesmo o valor de objeto musical e artístico, algo a ser curtido e apreciado, colocado na decoração da sala de casa. Um pouco um resgate do que era na nossa infância e adolescência, e um pouco sua natureza mais convidativa, uma proposta mais de parar, sentar e escutar a música ali contida. Além do tamanho da capa permitir uma apreciação um pouco mais demorada da arte gráfica e das informações textuais', complementa Mauro Motoki, que realizou um lançamento deveras ousado para seu disco Bom Retiro em dezembro do ano passado, nos formatos mp3 para download, vinil e pen drive.
'Bom, deve ter tido um ou outro jornalista que jogou fora o pacote todo. Mas como o vinil faz um volume, e o pendrive no mínimo tem uma reutilização, acho que a maioria se salvou! Brincadeiras à parte, cheguei à solução do pendrive justamente pensando na praticidade do jornalista (e do público) que não tem acesso fácil a um toca discos. Acho que a imprensa que falou do disco, que é especializada e quase toda paulistana, recebeu com naturalidade os formatos, dando a devida atenção ao conteúdo, mais do que à forma ou à mídia', comenta.
 
Nas prateleiras
 
Todavia fica sempre no ar a questão: e aí, ele voltou então? Bom, em minhas últimas semanas em São Paulo, fui surpreendido com a presença de vitrolas novas nas prateleiras da Fnac Pinheiros. Até então, eu havia presenciado novos produtos apenas na Europa. Não estou dizendo que a Fnac é um reflexo do mercado nacional. Muito pelo contrário. Mas o fato de termos na mesa de opções toca discos de vinil novos não é algo isolado.
O fato é que o vinil se tornou uma importante ferramenta de trabalho no mercado local, ao gerar uma aproximação maior entre o público e o artista por ser um objeto físico artístico mais perene e valioso. Apesar de seu alto custo de produção no Brasil (uma média de 25 reais por peça se fabricado na Rep. Tcheca com todos os impostos incluídos), pela constatação dos artistas, o investimento tem valido a pena.
'Fiquei surpreso com a procura (do meu disco em vinil) antes mesmo dele chegar da fábrica. Além dos LPs que vendi antecipadamente, fui vendendo pelo site e rolou legal. As lojas começaram a ter vinis pra vender, tem LP meu na Livraria da Vila, Livraria Cultura, Baratos & Afins, Compact Blue, é um mercado que tem crescido e está totalmente ao nosso alcance. Sou eu que levo os discos pras lojas e faço as vendas e está funcionando super bem, porque eu freqüento as lojas de discos desde sempre, então conheço muita gente do meio', explica Tatá Aeroplano, artista independente paulistano que lançou recentemente seu primeiro disco solo que leva seu nome.
A movimentação do mercado independente tem se mostrado mais inteligente e adaptada aos novos tempos. Os artistas tem conseguido preços mais maleáveis e alcançado o público de formas mais diversificadas, tornando suas vendas mais dinâmicas como bem colocou nosso amigo. Mesmo assim os valores praticados pelas lojas e pelos artistas ainda são bem elevados se comparados aos CDs.
Neste sentido, a diferença de valores entre o mercado brasileiro e o francês é algo interessante a se colocar. Ao passo que no Brasil o custo de fabricação de vinil é 5 a 6 vezes maior em relação ao CD (realizando na Europa com todos os custos de importação ou realizando no Rio de Janeiro) e o seu preço final ao consumidor 3 a 4 vezes maior, em Paris você pode encontrar o mesmo título em ambos formatos quase pelo mesmo preço. O que não significa que sua fabricação seja menos custosa: o custo de prensagem em vinil costuma ser em média 3 vezes maior. É como se não houvesse um interesse tão grande que justificasse valores diferenciados. Existe um público, mas ele não é deslumbrado pelo formato, não há uma componente de 'nostalgia' ou 'luxo', não é algo necessariamente especial.
 
Música não só para os ouvidos
 
Em tempos de intensificação de trocas de informação, e pela própria lógica Walter Benjaminiana da reprodutibilidade técnica, as mídias físicas estariam com seus dias contados. Entretanto, estão aí em 2012. É um modismo? Será que perdura ou vai ser passageiro, e tão logo nos voltaremos para a musica digital? 'É um modismo que faz crescer o interesse genuíno, e isso é saudável. Acredito no vinil e no livro de papel. Mas baixo meus mp3 e leio meus ebooks', argumenta Motoki.
'Acho que existe uma procura, mas não sei se ela é tão expressiva a ponto de apontar um "novo mercado". O que parece é que os "best sellers" atuais vendem bem em LP. Mas acho que ainda está num nicho muito específico e seleto - os dos colecionadores apreciadores de música. Poucas pessoas ainda possuem uma vitrola. Por outro lado, novos aparelhos com vitrola e MP3 vem surgindo nas prateleiras. Acho que faz parte de um certo movimento "vintage" que vivemos. Como se o orgânico, o artesanal, expressasse boa qualidade', contra argumenta Cavancanti.
'O mercado está crescendo, mas tem o tamanho certo, exato, tipo, você prensa 250 , 300 cópias e vai levar um tempo pra vender e tals. Mas não vejo como modismo, as pessoas que gostam de degustar música vão comprar vinil cada vez mais', conclui Aeroplano.
Da minha parte, sinto que o formato das mídias também define seu mercado. A produção física, por ser física, se encontra cada vez mais limitada pelas fronteiras geográficas. Não podem estar em qualquer lugar, a qualquer hora, a custo zero. Por isso reforço o aspecto 'territorial' de sua comercialização - sobretudo com relação ao vinil — apesar de acreditar na possibilidade de expansão de mercado. Afinal de contas, somos humanos, feitos de carne, osso e paixões, e gostamos de ouvir o ruído da agulha.
 
Fonte: Dudu Tsuda - Ultrapop (Yahoo)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Há 30 anos, Madonna lançava sua primeira música; cantora foi vendida como artista negra

Madonna na contracapa de seu álbum de estreia, que tem "Everybody" e "Holiday"

Você se lembra de qual foi a primeira música de Madonna que fez sucesso? Mesmo que você tenha mais de 30 anos, provavelmente diria que é “Holiday” ou “Like a Virgin”. No entanto, o primeiro single da cantora a se tornar um grande hit das pistas de Nova York e a chegar ao terceiro lugar da parada dance americana foi “Everybody”.
Assim como quase todas as canções de seu primeiro disco, que seria lançado apenas em junho de 1983, “Everybody” é uma música que tem uma forte presença de som de sintetizadores. Mas esta música, especiaficamente, se apoia em uma forte batida hip-hop e no R&B. Então, embora em um primeiro momento lembre muito composições de artistas como os B52´s, Blondie, Duran Duran e Wham!, ícones da new wave, a entrada e as bases remetiam a artistas afro-americanos.
Por esse motivo, o departamento de marketing de Sire Records, que comprou o a música, vendeu Madonna como uma artista negra e não colocou sua foto na capa do single. Em vez disso, usou uma colagem de várias imagens de ruas do centro e do subúrbio nova-iorquino com crianças negras brincando. Só com o lançamento do álbum “Madonna”, no ano seguinte, é que a confusão se desfez, já que a capa não deixava dúvidas sobre sua etnia.
Lançada há exatos 30 anos, essa música, inicialmente recusada pela Island Records, chamou a atenção da gravadora Sire para a artista que surgia em um momento em que a música via o fim de um de seus maiores ícones, a banda sueca ABBA, e a consolidação de Michael Jackson como o rei do pop, já que “Thriller”, o disco mais vendido da história, seria lançado um mês depois do “debut” de Madonna.
A história por trás desse lançamento é, como tudo que envolve Madonna, inusitada. Quando o single chegou às mãos e aos ouvidos de Seymour Stein, o executivo da Sire, ele estava internado em um hospital. No livro “Madonna”, de Daryl Easlea e Eddi Fiegel, ele conta que ficou tão excitado com o que ouviu que quis assinar com ela ali mesmo. Como estava vestido com aquelas camisolas que deixam a bunda de fora e o cabelo totalmente desgrenhado, chamou um barbeiro, tomou um banho e se arrumou para receber aquela que seria sua maior estrela. O esforço foi em vão.
“Para minha surpresa e decepção, assim como eu estava ansioso para fechar com ela, Madonna estava ansiosa para começar sua carreira. Se eu estivesse deitado em um caixão e pudesse mover apenas minha mão para assinar o contrato, ela teria ficado feliz”, disse.
Madonna recebeu US$ 5.000 de adiantamento por esta e mais uma canção, “Burning Up”, que se tornou seu primeiro videoclipe. Quando gravou seu disco de estreia, recebeu mais US$ 10 mil em royalties para cada música composta.

Fonte: James Cimino (UOL, São Paulo)

Ex-integrantes celebram 30 anos do Titãs com 60 minutos de música e abraços

Formação original do Titãs se reúne em São Paulo para show que comemora os 30 anos da banda. (06/10/2012)

O anúncio da aparição dos ex-integrantes dos Titãs no show de 30 anos da banda, ontem, no Espaço das Américas, em São Paulo, poderia deixar a dúvida de que talvez fossem simples participações especiais para dar uma força aos quatro músicos responsáveis pela sobrevivência do grupo. Ao contrário, a volta da formação quase original fez crescer o clima de celebração. Os sete surgiram abraçados e permaneceram no palco durante uma hora.
O show foi dividido em dois. A formação atual, com Paulo Miklos, Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto, tocou durante 50 minutos músicas como “Diversão”, “Aluga-se” (sucesso de Raul Seixas) e “Televisão”. O primeiro tributo aos 30 anos da banda aconteceu logo no início, quando Britto anunciou “Epitáfio” como uma homenagem a Marcelo Fromer, ex-guitarrista do Titãs, que morreu atropelado em 2001. Pouco depois, Paulo Miklos pediu ao público - jovens que aparentavam ter de 25 a 30 anos, misturados a homens e mulheres de cabelo grisalho - que vote de forma consciente, e bradou contra a corrupção. “Não tem esse papo de que os meus ladrões são melhores que os seus”, falou, antes de “Vossa Excelência”.
Depois de “Bichos Escrotos”, os quatro se despediram, como se a apresentação acabasse ali. Após um pequeno intervalo, Miklos, Britto, Mello e Bellotto voltaram, acompanhados de Arnaldo Antunes, que deixou o Titãs em 1992, Nando Reis, que saiu em 2002, e Charles Gavin, que era o baterista até 2010.

Arnaldo abriu a segunda parte com “Comida”. Nando Reis, o ex-Titãs mais esperado, o único que nunca se juntou ao grupo nem em ocasiões especiais, após sua saída, e o último a confirmar presença no show de ontem, foi ovacionado assim que pegou o baixo e assumiu o microfone para cantar “Família”. Depois, emendou com “Igreja”.
Britto foi à frente do palco e “ensaiou” versos de “Polícia” com a platéia, antes que Gavin desse a introdução. Sérgio cantou parte desta música abraçado a Nando e Arnaldo. O clima de celebração continuou com “Cabeça Dinossauro” tocada com dois baixos e duas guitarras.
Antunes ganhou uma espécie de momento solo em que lembrou a performance cênica que exibia quando integrava o grupo, em “O Pulso” e “Lugar Nenhum”. Mas para os fãs antigos do grupo, o mais emocionante veio logo depois. Nando, novamente no baixo e nos vocais, mandou “Marvin”, cantada em coro pelo público que encheu a casa.
“Sonífera Ilha”, primeiro sucesso do Titãs, colocou a platéia para dançar e era a canção prevista para encerrar a noite, mas a banda ainda voltou para um segundo bis, com “Porrada” e a reprise de “Bichos Escrotos”, desta vez com os sete no palco, e Nando e Branco formando uma dobradinha de baixos.
O tom histórico do show já era previsto, mas é interessante notar como uma banda com 30 anos tem – como outras de sua geração - letras que se encaixariam na situação sócio-política do país ainda que fossem escritas hoje. Apesar disso, a banda voltou a chamar a atenção justamente por performances comemorativas: o show em que tocou, na íntegra, o álbum “Cabeça Dinossauro”, de 1986, e agora este, celebrando as três décadas de carreira. Ao menos fica claro que não há necessidade de se deixar levar por arranjos mais “maduros” para envelhecer junto com seu público.

Fonte: José Norberto Flesch (UOL, São Paulo)