segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Tratando-se de Funk da Antiga, não existe nada semelhante

HUMBERTO DJ, UM POUCO DA HISTÓRIA DESSE GRANDE REPRESENTANTE DO FUNK DA ANTIGA

Humberto Serejo Cardoso, mais conhecido no meio do autêntico funk como Humberto DJ, nasceu no bairro do Cachambi (Conjunto do antigo IAPC), no Rio de Janeiro, em 21 de agosto de 1961, morando até meados de 1983. A família era formada, em sua maioria, por músicos renomados, oriundos do interior do Estado do Maranhão, caracterizando-se pela essência dos metais e cordas.
Humberto DJ estudou no extinto Colégio João Ribeiro, hoje Banco Bradesco, no Méier, na Escola Professor Visitação, República do Perú, Benevenuta Ribeiro e no Colégio Hélio Alonso, no Rio de Janeiro.
Com apenas 12 anos, quando o som do grupo THE VENTURES e dos BEATLES era a regra musical determinante dentro de casa, Humberto DJ não podia esconder a sua afinidade pelo estilo SOUL MUSIC, comprando os seu primeiros discos nas Lojas Americanas, em 1974. Dentre as suas primeiras compras, o destaque é o compacto do grupo THE MODULATIONS, contendo o hit "I CAN'T FIGHT YOUR LOVE" (Buda Records), um outro do grupo MFSB, com o hit "THE SOUND OF PHILADELPHIA" (Epic Records).
Aos 18 anos, comprou o seu primeiro aparelho de som, fruto do seu primeiro salário: um mixer da marca Gradiente, modelo M-1 (raro de encontrar nos dias de hoje).
Contrariando as orientações do seu pai, que sempre afirmava que ele deveria ficar atento as amizades que o rodeavam, quase tudo na sua vida foi palco de alegria. Em 1984 falecia o seu "velho", Seu Didi, que, segundo Humberto DJ, deixou profundas cicatrizes.
Mesmo diante da dor e decidido a conquistar o seu espaço profissional paralelo, nos bailes do Rio de Janeiro, os eventos realizados pela equipe TURBO DISCO CLUB, no shopping do Méier, KHAUNNA e THE HOUSE OF ROCK no Mackensie, além é claro, do sucesso da extinta RÁDIO CIDADE FM 102,9, serviram de profunda referência para montar a sua primeira equipe de som, juntamente com alguns amigos do bairro (Sérgio Possolo, Paulo e Carlinhos), de nome KAPHS DISCOTHEQUE. Mais tarde, com nova formação (Tilico, Ney e Isac), montou a lendária FOX DISCO CLUB, realizando diversos bailes e eventos no Cachambi, cuja maioria, dentre outros, teve marco considerável na localidade de Xerém, distrito do município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, no período de 1977 a 1980, precisamente no extinto CLUBE ALIANÇA (do lado da 61ª DP), marcando presença, ainda, nos grandes bailes da geração DISCO MUSIC.
"Na foto abaixo, tirada em dezembro de 2007, um flagrante do Clube Aliança (Fazendários do Amor), completamente deteriorado. É difícil de imaginar, mas esse local chegou a comportar 1.400 pessoas numa só noite ! O rítmo era DISCO MUSIC ! Vendo o clube assim, chega a dar uma dor no coração" !
Em uma matéria de 2006, Humberto já dizia: - É óbvio que tudo é modismo, assim como esse funk abominável atual, se é que podemos chamar isso de funk.
Mas há um registro. Ao contrário do que ouvimos atualmente, não há como negar o quanto o funk da antiga se classifica como o gênero musical que conseguiu reunir as mais belas músicas de todos os tempos. Está eternizado!
Quando eu cito o funk, funk da antiga, na verdade, me refiro aos primórdios da black music, em meados de 1974 até 1991, se não estou enganado, predominando o som do MIAMI BASS e do eterno FUNK MELODY!
Sou de uma época em que muitos dançavam, dentre outros, JAMES BROWN, THE HUES CORPORATION, CARL DOUGLAS, além, é claro, dos conceituados grupos de rock da década de 70, como o LED ZEPPELIN, NAZARETH, SLADE, BACHMAN TURNER OVERDRIVE, SUSIE QUATRO... Sou de uma época que o funk era regido pela essência da cultura musical, atrelado aos bons costumes e a prática da verdadeira parceria, com produtores cercados de ética, profissionalismo e um grande "feeling" em determinar o que seria sucesso ou não.
Acho que errei em ter parado. Poderia prosseguir, junto com todos os demais, em prol do fortalecimento do verdadeiro funk carioca.
Ainda é possível encontrarmos bailes isolados, com Djs da antiga, mantendo a chama permanente do autêntico funk, tendo como exemplo os trabalhos desenvolvidos pela galera do BAÚ DO VINIL, que consegue reunir centenas de jovens e profissionais, na Baixada Fluminense, no Bairro de Heliópolis. Estive lá, neste final de ano (2007/2008), e pude comprovar, mais do que nunca, o quanto essa rapaziada se dedica em manter firme os alicerces do verdadeiro funk da antiga!
Acredito que esse quadro atual pode mudar, ou melhor, tem que mudar! O que se toca atualmente é uma terrível apelação, total falta de criatividade, um verdadeiro lixo, uma aberração!
Ainda me lembro dos raps nacionais, das antigas, tais como aqueles do Cidinho e Doca, Marcinho, Cacau, MC Galo, enfim, músicas com letras aceitáveis, com melodia decente, onde o público dançava e contemplava, sem contar com os grandes sucessos do MIAMI BASS!
Afinal, neste país quando o assunto é sexo, tráfico e sacanagem a massa aplaude, bate palma, acha engraçado, ao contrário de antigamente, cujo repúdio era mantido, ou melhor ainda é mantido.
Cumpri minha missão! Fui fiel ao meu público! Pelo menos por onde eu passo, os grandes adeptos afirmam: Esse é o Humberto, um DJ da antiga!
E pra coroar toda essa trajetória, Humberto (que aparece na foto acima com o lendário DJ Nazz) tem influencia direta nos evento Funk Soul Black tornou-se quase uma unanimidade no que se refere ao bom e velho Funk da Antiga, sem contar com seu blog que é simplesmente o melhor no segmento!!!

Entrevista:UOL

Um comentário:

  1. Grande Andrezinho ! Obrigado pela força, pelo respeito e pelo carinho. Valeu mesmo ! Gostei muito da postagem, dentre outras. Estamos juntos !

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