quarta-feira, 27 de março de 2013

Iggor Cavalera fala sobre seus cinco bateristas favoritos e oficina para crianças no Lollapalooza

Entre baquetas, pratos e caixas desde os seis anos, aos 12, Iggor Cavalera se apaixonou pelas batidas de Roger Taylor, do Queen, um de seus bateristas favoritos até hoje. Compartilhando a paixão pelo instrumento, Iggor ministrará na sexta (29), um workshop de bateria para crianças no festival Lollapalooza, onde também se apresenta com o projeto eletrônico Mixhell no domingo, no palco Perry.
No Kidzpalooza, Iggor ministrará uma oficina com a ajuda de quatro baterias eletrônicas, que as crianças poderão tocar, ouvir suas gravações e fazer o download da música criada momentos depois. Essa oficina é um dos principais investimentos do palco para o presidente da Geo Eventos, Leo Ganem, como forma de alavancar a programação e criar um público infantil para o festival, onde menores de 10 anos, acompanhados pelos pais, não pagam para entrar.
Além de Taylor, Iggor listou alguns de seus bateristas favoritos. "Bill Ward, do Black Sabbath é um dos caras mais marcantes na minha trajetória, de tudo, de todas as fases. Passando ainda pela história, também teve o Stewart Hopeland, do Police. Entre os mais atuais gosto muito do Pat Mahone, do LCD Soundsystem e Dave Lombardo, do Slayer, com certeza", comentou. "Quero muito ver o Tomahawk, gosto muito do baterista deles, o Helmet, que vem junto nessa turnê com o Mike Patton. Vou fazer questão de ver".
Filho de Iggor, Ícaro, que começa a se aprofundar na bateria na mesma época que o pai começou, também se apresentará no festival. "Ele vai estar lá com certeza, na apresentação é legal para a molecada ver. Ele é muito mais metal, não tem muita coisa que ele tá afim de ver no festival, pra ele ficou meio devendo em relação ao estilo", disse Iggor.
Mostrando que compartilha da opinião do filho, Iggor diz que além do Tomahawk, o que o atrai são só alguns amigos que tocam no palco eletrônico, dentre eles o Major Lazer. "O Diplo é nosso amigo, nunca vi uma apresentação deles. Também queria ver o Hot Chip, vou estar lá com certeza, mas é só o que me atrai".
Para os jovens bateristas, Cavalera aconselha que se preocupem mais com o feeling e menos com a técnica. "Acho mais legal para animar não se preocupar com a técnica e sim com o feeling, sempre falo isso pro meu filho. O gostoso de tocar batera é que naturalmente você passa a prestar mais a atenção nas batidas. Aí você passa a tentar fazer essas batidas, com duas baquetas, no sofá mesmo, como exercício".
 
Mixhell deixa maximal de lado e aposta em álbum mais cool e progressivo
 
O Mixhell é Iggor Cavalera, Laima Leyton e Max Blum
 
Investindo na música eletrônica há cerca de quatro anos, o ex-baterista do Sepultura, Iggor Cavalera, lança em março "Spaces", novo álbum do Mixhell, projeto em parceria com a mulher Laima Leyton e o baixista Max Blum lançado pela BoyzNoize Records.
O grupo, que agora vai investir em apresentações como banda desacelerou em sua nova fase. No CD, Iggor diminui na intensidade da bateria e usa batidas que às vezes são confundidas propositalmente com os sons do sintetizador. O álbum foi co-produzido pelo brasileiro Gui Boratto e tem faixas mais progressivas e menos maximal, estilo da música eletrônica que se aproxima do rock pesado.
A banda explicou que esse processo foi natural. "A escolha do Gui acabou casando com a ideia do nosso disco, a ideia da gente estar tocando com banda também fez ele dar uma guinada pra esse lado mais cool e não tão na cara, como quando a gente tocava. A gente queria dar uma injeção de sangue novo", explicou Igor. "Quando a gente encontrou o Gui já estávamos 'acalmando'. A gente escolheu um caminho mais musical, menos 'banging'", completou Blum.
Laima, que se arrisca pela primeira vez nos vocais em músicas como "Come With Me" e "Once Again", disse que contou com a ajuda do produtor e do marido para colocar sua voz nas músicas. "Cantar foi outro risco. Na verdade foi difícil pra mim assumir e tentar. A gente sempre se preocupava em procurar participações e me perguntaram porque eu não tentava. Eu sei que não sou cantora, mas também gosto de um monte de gente legal que não é cantor", comenta.
Apesar de cantar em algumas músicas, Laima diz que não assumirá o papel de vocalista. "Não vou pro microfone, mas nas músicas que precisarem de vocal, vai rolar. Eu compus algumas letras e o Iggor deu várias dicas, ele me contava como o irmão dele (Max Cavalera, ex-vocalista do Sepultura) fazia, como criava a melodia antes de fazer a música".
Ainda assim, o primeiro single de "Spaces" é "Exit Wound", que conta com a participação especial de Greg Puciato, vocalista da banda Dilinger Escape Band, e é uma das faixas com pegada mais dance e rock do CD.
No domingo, o Mixhell toca por cerca de uma hora no palco Perry, onde dizem ver problema com o horário. Ponto levantado por Lobão em 2012. "Temos amigos que já tocaram nesse horário e disseram que o palco já estava bem cheio", comentou Iggor. No palco, a banda tocará o novo álbum além de remixes já conhecidos. O figurino será assinado por João Pimenta e é todo vermelho, cor que já virou marca do trio.
 
Fonte: Estefani Medeiros - UOL

sábado, 23 de março de 2013

Primeiro álbum dos Beatles completa 50 anos

Please Please Me, 1º disco de estúdio, foi lançado em março de 1963.

"Please Please Me", primeiro álbum dos Beatles, completa cinquenta anos de seu lançamento, que aconteceu em 22 de março de 1963. O disco, gravado e mixado nos estúdios Abbey Road, traz canções como "Twist And Shout", "I Saw Her Standing There", "Baby It's You", "Do You Want To Know A Secret", além da faixa-título. Com seu primeiro single "Love Me Do", John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr logo alcançaram sucesso pelo mundo.
Os Beatles já haviam gravado quatro canções anteriormente que fizeram parte de dois singles.
O primeiro single com "Love Me Do"/"P.S. I Love You" gravado em 11 de setembro e o segundo com "Please Please Me"/"Ask Me Why" gravado em 26 de novembro; ambos em 1962.
O álbum contém 14 canções, na sua época de lançamento em 1963, geralmente um álbum tinha 7 canções de cada lado. Foram necessárias mais dez canções para completar as quatro já gravadas e lançadas em single anteriormente pelos Beatles. Assim no dia 11 de fevereiro de 1963, os Beatles e o produtor George Martin começaram os trabalhos no Abbey Road Studios. As gravações do álbum soam como se fosse quase um trabalho ao vivo, já que tudo foi gravado no mesmo dia. Foi necessário apenas 585 minutos, ou seja, 9 horas e 45 minutos.
Com apenas três sessões naquele dia, cada uma com aproximadamente 3 horas de duração, eles produziram uma autêntica representação da band no Cavern Club.
O dia de gravação terminou com o cover de "Twist and Shout", que foi a última a ser gravada. A canção "Hold Me Tight" também foi gravada durante a sessão mas só foi usada no álbum posterior, em uma nova gravação do dia 12 de setembro de 1963.
O dia inteiro de gravação custou por volta de £400. George Martin disse: "Não foi uma grande quantia para a Parlophone. Eu trabalhava com um orçamento anual de £55,000."
"Please Please Me" foi gravada em dois canais, com a maior parte dos instrumentos em um canal e os vocais em outro.
O álbum foi lançado no Reino Unido com o nome de Please Please Me em versão mono no dia 22 de março de 1963 e em versão estéreo em 26 de abril do mesmo ano. Como era comum na época cada país podia elaborar seus próprios álbuns com nome, capas e selecão de canções particular. Assim sendo, a Vee-Jay records lançou nos Estados Unidos a versão do álbum inglês com o nome de Introducing the Beatles no dia 22 de julho de 1963. Este álbum continha as mesmas canções do álbum inglês mas uma capa diferente.
No Brasil, a canção "I Saw Her Standing There" saiu no álbum Beatlemania de 1964 e "Please Please Me", "Boys", "Twist and Shout", "Baby It's You" e "Do You Want To Know A Secret" no álbum The Beatles Again. "A Taste Of Honey" e "There's A Place" foram lançadas em EP em 1964 junto com "Twist And Shout" e "Do You Want To Know A Secret" e "Love Me Do" em outro EP no mesmo ano.
Em 1976, a discografia mundial foi unificada e os LPs passaram a ter a mesma capa, mesma seleção de canções e mesmo nome. A versão do CD foi lançada em 26 de fevereiro de 1987.

Composições do Álbum

"Love Me Do" foi a primeira canção lançada oficialmente pelos Beatles em 1962. A canção utilizou três bateristas diferentes, no single saiu a versão com Ringo Starr na bateria, no álbum Please Please Me a versão de Andy White na bateria e a de Pete Best só foi lançada no Anthology 1.
A canção atingiu o décimo sétimo lugar nas paradas de sucesso inglesa. E só atingiria o primeiro lugar nos Estados Unidos em 1964. "P.S. I Love You" foi lançada como lado B do compacto de "Love Me Do".
"Please Please Me" foi a primeira canção dos Beatles a atingir o primeiro lugar nas paradas de sucesso inglesa.
Inspirado em Roy Orbison e na canção de Bing Crosby, "Please" de 1932, John Lennon é o principal compositor da canção.
"Ask Me Why" era o lado B do single que trazia a canção "Please Please Me", para escreve-la, John se inspirou em Smokey Robinson, um dos seus cantores prediletos.
"I Saw Her Standing There", canção que abre o álbum traz Paul nos vocais e um solo de guitarra de George claramente influênciado pelos solos do guitarrista Chuck Berry.
"Do You Want To Know A Secret?", escrita por John e cantada por George Harrison, atingiu o primeiro lugar nas paradas de sucesso inglesa quando foi regravada pelo grupo Billy J. Kramer & The Dakotas e foi a primeira canção dos Beatles a atingir sucesso com outro intérprete.
A canção "Misery" escrita por John e oferecida a cantora inglesa Helen Shapiro, cujo empresário recusou-a.

A Capa

George Martin, que tinha encanto pelo Zoológico de Londres, pensou que seria uma boa publicidade para o mesmo se os Beatles possassem para a capa do álbum diante da casa de insetos do Zoo, mas a Sociedade Zoologica de London não permitiu que isso fosse feito. Decidiu-se então que a foto da capa fosse dos quatro integrantes em um balcão da escadaria da EMI.
Esta foto tirada por Angus McBean foi usada posteriormente para a capa da coletânea The Beatles 1962-1966.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Morre no Rio de Janeiro aos 66 anos o cantor Emílio Santiago

Morreu nesta quarta-feira (20), aos 66 anos, o cantor Emílio Santiago.
Emílio estava internado na UTI do Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, depois de sofrer um AVC no dia 7 de março.
A informação foi confirmada pela assessora de imprensa do cantor. "Infelizmente foi confirmada a morte do Emílio. Mas ainda não tenho detalhes sobre a causa e o horário que aconteceu", contou Eulália.
Nascido no Rio de Janeiro em 6 de dezembro de 1946, Emílio Santiago era formado em Direito, mas o vício em ouvir Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto e João Gilberto em casa falou mais alto. Com o incentivo de amigos, participou de festivais e concursos musicais, chegando a se apresentar no programa "A Grande Chance", de Flávio Cavalcanti.
A voz rouca, que embalava de baladas a sambas cheios de swing, conquistou críticos e fãs e o primeiro LP, com seu nome, foi lançado em 1975, com canções de Ivan Lins, João Donato e Nelson Cavaquinho.
O sucesso chegou ao cantor de vez em 1988, ao lançar o disco "Aquarela Brasileira", primeira parte de um projeto de sete volumes, dedicado exclusivamente à música brasileira. A série de gravações ganhou uma versão ao vivo, "O Melhor das Aquarelas Ao Vivo", em 2005.
O último disco de Emílio Santiago foi "Só Danço Samba (Ao Vivo)", lançado em 2012, junto com um DVD. O cantor estava com quatro shows programados para o mês de março: dia 13 em Campinas (SP), dia 16 na quadra da Portela, no Rio, e nos dias 22 e 23 na capital paulista.
Sua última aparição ao vivo foi no programa "Encontro com Fátima Bernardes", no dia 4 de março, onde cantou um de seus maiores sucessos, "Saigon", que trago agora pra vocês matarem a saudade desse ótimo cantor.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Lançado há 40 anos, "The Dark Side Of The Moon" transformou o Pink Floyd em ícones do rock de arena

Em março de 1973, o Pink Floyd lançava "The Dark Side Of The Moon", seu oitavo álbum. Abandonando as longas passagens instrumentais de discos como "Obscured By Clouds", o grupo se aproximava cada vez mais das estruturas da música pop convencional sem sacrificar seu estilo clássico. O disco também sinalizava a presença cada vez maior do baixista Roger Waters como compositor principal da banda.
O "fantasma" de Syd Barrett, fundador e vocalista original do grupo que havia saído em 1968 devido à uma série de surtos esquizofrênicos atribuídos ao consumo excessivo de LSD, está presente em toda a obra. Em "Brain Damage", Waters busca uma identificação com o antigo amigo, então vivendo isolado com a família no interior da Inglaterra: "I'll See You On The Dark Side Of The Moon" ("Eu vejo você no lado escuro da lua"), diz a letra, e no resto do álbum um dos temas mais recorrentes é justamente a loucura.
"On The Run", uma das músicas mais curiosas do disco, é uma excursão pioneira pela música eletrônica, toda instrumental e repleta de efeitos sonoros. "The Great Gig In The Sky" conta com uma performance excepcional da vocalista Clare Torry, sem nenhuma letra, apenas diferentes entonações que se aproximam da soul music. "Money" é uma crítica ferrenha ao capitalismo desenfreado, retratando a alegria vazia por trás da aquisição frenética de bens de consumo.
Uma das características marcantes do disco é que, apesar da crítica aguda de letras como "Time" e "Breath" em relação à mediocridade e o vazio ideológico da sociedade britânica, há um forte senso de derrota presente à todo momento. A visão da loucura como uma válvula de escape justificável frente à um mundo injusto e incoerente parece indicar um certo conformismo. O tom geral é de melancolia e depressão, como um grande ressaca de toda uma geração onde se percebia que as ideias de maio de 68 pareciam não ter mais lugar. Isso fica particularmente claro no encerramento do disco, quando no final de "Eclipse" uma voz avisa, em inglês: "Não há lado escuro da lua realmente. Na verdade tudo é escuro".
Nem por isso o disco deixou de ter um grande apelo. Se o grande público estava prestando ou não atenção nas letras é algo aberto à discussão, mas o fato é o que o Floyd entrava numa fase mais palatável para as massas, onde seu clima de calmaria viajandona desenvolvido nos anos pós-Syd atingia um alto nível de refinamento pop, e transformava o estilo da banda em trilha ideal para o consumo de maconha pelo hippies da época. O disco se tornaria um dos grandes marcos do rock nos anos 70 e transformaria a banda, até então cultuada mas não popular, em um dos maiores símbolos do rock de arena.
Embora o valor do grupo tenha sido renegado pelo punk rock, o pós-hardcore norte-americano voltaria a descobrir o Floyd na medida em que o rock psicodélico dos anos 60 era redescoberto e passava a exercer grande influência na cena alternativa, cansada do pop superproduzido da época. Bandas como o Flaming Lips, que depois regravaria "The Dark Side Of The Moon" inteiro, surgiram nessa época e exemplificam bem como o Pink Floyd passou a ser assimilado. Essa mesma influência podia ser percebida em algumas das bandas da cena "shoegazer" surgida na Inglaterra no final da década de 80 e começo da de 90.
Mas a grande revalorização do Pink Floyd no Reino Unido se daria nas festas pós-rave que estouram no país no início dos anos 90. O que começou como pistas secundárias nas festas de música eletrônica que tocavam música "ambiente" para acalmar os frequentares logo virou uma cena própria batizada de "chill-out". O Floyd, cujos discos eram tocados à exaustão nessas festas, logo passariam a influenciar artistas como The Orb, KLF e Ultramarine.
Após 40 anos, é possível ouvir o álbum com um distanciamento maior, e a impressão geral é de um disco de fácil audição, mas de impacto diluído. O Pink Floyd já tem seu nome garantido no panteão dos clássicos do rock, e hoje é consumido sem muita discriminação ao lado de qualquer outra banda, seja os Sex Pistols, The Who ou Nirvana. Fica o reconhecimento, mas perde-se muito do contexto histórico da banda.
"The Dark Side Of The Moon" virou referência e é citado por todos, mas poucos parecem perceber o disco pelo que ele realmente é: um longo lamento pelo fim dos ideiais de juventude e a aceitação amarga da idade adulta como um período de conformismo necessariamente obrigatório. Não por acaso, a banda ainda teria muitos hits e passaria a ser cada vez mais respeitada, mas nunca mais faria nada tão ousado musicalmente quanto a sua obra anterior.

terça-feira, 12 de março de 2013

Mc D'Eddy - Rap do Pirão

MC D' EDDY - RAP DO PIRÃO
 
Quando o "Rap do Pirão," de D'Eddy, venceu um dos primeiros festivais de funk, no início dos anos 90, o funk nacional se consagrou no cenário musical. Os versos "O alô Pirão / Alô, alô Boa Vistão / Vem pro baile meu amigo / Vem com amor no coração", expressavam o que se sentia ao ouvir o som carregado dos baixos - o chamado batidão - e inauguraram a era dos raps. Quarenta anos depois, o funk, que ao longos dos anos foi quebrando gradativamente as barreiras artísticas, econômicas e sociais, ganhou uma homenagem em formato de peça-baile, que conta como ecoaram os primeiros gritos nas pistas: "Liberta DJ!".
- O "Rap do Pirão" inaugurou a versão brasileira do funk "Miami Bass", com uma pegada brasileira no modo de cantar - explica o autor do livro "Batidão - Uma história do funk", o jornalista Silvio Essinger.
O gênero chegou ao Rio nos anos 70, no extinto Canecão, comandado pelo lendário disc-jockey Big Boy. Da Zona Sul, o soul seguiu para o subúrbio e tomou conta da região. Surgiram dezenas de equipes de Som como Célula Negra, Black Power, Revolução da Mente e Soul Grand Prix.
- A peça começa exatamente no Baile da Pesada, que acontecia no Canecão, e mostra a chegada das equipes de sons nos bairros do subúrbio - conta um dos autores da peça "Funk Brasil - 40 anos de baile", João Bernardo Caldeira.
E é aí que surgiram os DJs Marlboro, Rômulo Costa, Mister Funky Santos, Furacão 2000, D' Eddy e Grandmaster Raphael, bem como os primeiros hits - "Melô da Mulher Feia", "Rap do Pirão" e "Feira de Acari".
Em 1989, o DJ Marlboro foi morar na casa dos avós paternos no Méier, e montou um estúdio no Lins. Por ali passaram sucessos como "Me Leva", do Latino; e "Rap das Armas", dos Mc's Cidinho e Doca.
- O estúdio no Lins está alugado desde 1997, mas ali pude lançar funks que marcaram época. A minha contribuição para a história do funk aconteceu quando ganhei de presente uma bateria do Hermano Vianna. Na época, ele (Hermano) escrevia uma tese sobre o funk, e seu orientador chegou a condená-lo por interferir na história do gênero - explica Marlboro.
No auge do funk, nos anos 90, as pistas ficaram lotadas ao longo de vários fins de semana em clubes e quadras de escolas de samba de bairros do Rio de Janeiro.
- Era algo proibido lá em casa ir ao baile funk, mas a aventura era boa - lembra o ator Dérik Machado.
- Eu nunca tinha tratado um espetáculo como um baile. Mas li o texto e achei um ponto interessante, que é um chamado para o baile nos anos 70: "Tá feliz? Dance; Tá triste? Dance; Não tem nada para fazer? Dance". Na peça, os atores não param de dançar - conta a diretora Joana Lebreiro, que é casada com o filho do DJ Big Boy.
Como, no final dos anos 90, o tráfico passou a ter sua imagem vinculada aos bailes funk, eles diminuíram sensivelmente no últimos anos. Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, da Polícia Militar, não existe proibição quanto a nenhum gênero musical, desde que não façam apologia ao crime.


O charme resiste

A diferença entre o charme e o funk já foi tema de um hit de Mc Dollores e Mc Marquinhos muito tocado nos bailes dos anos 90. Muito antes de o "Rap da Diferença" existir, nos anos 80, o DJ Corello virou lenda por criar o fenômeno dos bailes black. Nas pistas, Marco Aurélio Ferreira (o nome por trás do DJ) criou o charme - uma mistura com base na urban R&B que flertava com o jazz e o reggae, e que , mais recentemente, passou a cortejar o hip hop.
Corello não só criou o estilo que anos mais tarde pegaria carona com o sucesso do funk. Ele o mantém vivo até hoje.
- O charme sempre esteve presente nos guetos, e nunca morreu como segmento dançante - diz Corello.
O DJ conta que os bairros de Oswaldo Cruz, Madureira, Rocha Miranda e Marechal Hermes foram os primeiros a concentrar o maior número de charmeiros por metro quadrado do Rio.
- O charme teve seu início no Méier, exatamente no Clube Mackenzie, em março de 1980. De lá para cá, foi quebrando resistências. Naquela época, ganhou mais visibilidade com a ajuda do Marlboro, do Marcão e da Áurea, que faziam programas na rádio tropical e abraçaram a causa. A partir de 1984, com a criação da Só-Mix disco Club, já dividia o interesse dos amantes da black music do subúrbio com o recém-criado Funky Carioca - lembra.
E pra ilustrar essa linda matéria trago trago pra vocês aquela canção que veio se tornar o marco zero entre o Miami Bass e Funk atual...
Com vocês, Rap do Pirão de Mc D'Eddy!
 

quarta-feira, 6 de março de 2013

A comunidade skatista está órfã... Morre Chorão do Charlie Brown Jr.

Quando Chorão tinha onze anos, seus pais separaram-se. Aos catorze anos, sua mãe teve um derrame e quase morreu. Foi nessa época que ele começou a andar de skate, uma das suas paixões. Ele já correu vários anos nos campeonatos de skate e ainda foi vice-campeão paulista. Seu apelido Chorão foi dado pelos seus amigos de skate.
Já vendeu cartões de natal, foi auxiliar de câmera, caboman, iluminador. Sua mãe era doméstica, fazia pastel, cozinhava para fora para ele ir entregar.
Em 1987, com então 17 anos de idade Chorão se mudou para Santos, litoral de São Paulo, após uma infância difícil e traumática. Um dia, em um bar local, substituiu por acaso o vocalista de uma banda, quando o mesmo precisou se ausentar devido a necessidades fisiológicas.
Uma pessoa da plateia, ao vê-lo cantar, convidou-o para ser vocalista em sua banda. Quando o baixista da referida banda saiu, Chorão veio a conhecer Champignon, o novo baixista, uma criança de apenas 12 anos na época, formaram então a banda What's Up. Tempos depois, Chorão e Champignon decidiram convidar o baterista Renato Pelado, egresso de bandas da cidade como Ecossistema, Jornal do Brasil, entre outros projetos. Mais tarde, Marcão e Thiago Castanho completaram a primeira formação da banda Charlie Brown Jr.
A banda, ainda sem nome, continuou a se apresentar na cidade.
"Fundei e batizei a banda com esse nome em 1992. Foi uma coisa inusitada. Trombei (literalmente) com uma barraca de água de coco que tinha o desenho do Charlie Brown, aquele personagem do Charles Schulz, mais conhecido por ser o dono do Snoopy. E o "Jr" é pelo fato de sermos filhos do rock", se explica Chorão pelo fato de a banda se considerar "filha" de uma geração de músicos e bandas como Raimundos, nos anos 90 Chorão considerava Rodolfo Abrantes, o vocalista dessa banda, como o melhor do brasil, Nirvana, Red Hot Chili Peppers, Nação Zumbi, e Planet Hemp. A sonoridade do grupo tinha influências de grupos como Sublime, Bad Brains, 311, misturando hardcore, punk, skate e reggae.
Por volta de 1993, já com esta formação da banda, eles começaram a tocar no circuito underground de Santos e São Paulo e a fazer shows em vários eventos de skate. Uma fita demo foi entregue ao Rick Bonadio, presidente da Virgin Records no Brasil e produtor dos Mamonas Assassinas, que se interessou pelo grupo e os contratou. De uma demo de três faixas surge o primeiro disco do CBJr, produzido por Tadeu Patolla e Rick Bonadio com o selo da Virgin Records. Nasce então o álbum Transpiração Contínua Prolongada. O álbum foi bem recebido pelas rádios com as faixas "O Coro Vai Comê!", "Proibida pra Mim (Grazon)", "Tudo que Ela Gosta de Escutar" e "Gimme o Anel", vendendo 500 mil cópias. Na época, o baixista Champignon era menor. Consequentemente, sempre que a banda se apresentava em casas noturnas, era necessária uma autorização judicial para que o jovem baixista acompanhasse o grupo.
Em meados de 2001, Chorão perdeu seu pai: - "Passei por várias dificuldades neste ano, desde financeiras... , eu perdi meu pai... , e você tem que tentar lidar com isso numa boa, até você aceitar rola uma mudança, uma metamorfose".
A banda, compreendendo a falta que seu pai fazia, decide parar e dar um tempo, até Chorão, realmente acostumar-se com a idéia de ter perdido alguém muito especial. O que levou ele a pensar em parar na banda, o que você pode encontrar na letra de: "Ouviu-se falar" e "Talvez a metade do caminho".
Passaram-se seis meses até Chorão se olhar no espelho e, ver sua barba crescida, sua barriga, por engodar 20Kg, ficar em casa e não fazer nada, sem motivação... Então ele viu que não era bem isso que ele queria. Durante o mesmo tempo os outros integrantes, Champignon, Thiago Castanho, Marcão e Renato Pelado continuaram estudando e praticando sua música. Na verdade a banda estava pronta de novo, iria começar um novo capítulo.
 
Outros Negócios
 
Além do sucesso no mundo da música, Chorão também se aventurava em outras áreas: no dia 6 de novembro de 2006, o músico inaugurou o Chorão Skate Park em Santos, um espaço para skatistas e músicos que tem como destaque uma das melhores pistas de skate do Brasil, com uma distribuição de obstáculos que está em sintonia com o que há de mais atual com os parques de skate no mundo.
Em 2007, o cantor se aventurou no cinema, com o filme O Magnata, dirigido pelo videomaker Johnny Araújo. Chorão foi escritor e roteirista, além de participar do filme junto com o Charlie Brown Jr e integrar a trilha sonora do mesmo. Recentemente anunciou um novo filme "O Cobrador" do qual ele mesmo escreveu o roteiro, ele ainda pretendia lançar um livro contando a historia da banda desde o incio.
Em janeiro de 2009, o músico lançou sua grife de roupas, intitulada DO.CE "dose certa", em festa promovida em São Paulo.
 
Morte
 
Chorão foi encontrado morto em seu apartamento, na madrugada de 06 de março de 2013, em São Paulo/SP, de causas ainda não reveladas.
 
Fonte: Wikipédia

terça-feira, 5 de março de 2013

Rosanah Fienngo - Linha de Fogo (Soul Inside)

ROSANAH FIENNGO - LINHA DE FOGO (SOUL INSIDE)

Uma das vozes mais potentes de país nesse charme da melhor qualidade... "Linha de Fogo" e Rosanah Fienngo nasceram um pro outro... Bela canção e bela cantora, tudo a ver!
Sou até meio suspeito de falar de Rosanah Fienngo, que quando a conheci musicalmente era apenas Rosana (sem H, rs), e bombava nas paradas de sucesso de todo o país com a canção "Nem Um Toque".
Rosanah que em 1978, ainda na banda do pai e já morando na cidade do Rio de Janeiro (já que ela é de São Paulo), gravou um compacto simples pela gravadora Odeon, com a romântica "Fique um Pouco Mais" - que foi incluída na trilha da novela Pecado Rasgado da Rede Globo e "Muito Independente", em ritmo de discoteca.
A banda Casanova's chegou a aparecer numa cena dessa novela, com Rosana como vocalista. Participou ainda de diversos programas de televisão da época, como Globo de Ouro, Chacrinha, Carlos Imperial, Sexta Super, Raul Gil e Almoço com as Estrelas.
Rosanah toca todo tipo de instrumentos de corda, como o violão, além de teclado e piano.
Em 1980, aos 26 anos, decidiu de fato seguir a carreira profissional na música, mas teve que fazer uma difícil escolha: aprovada no vestibular na Universidade Gama Filho no curso de psicologia, teve que optar entre os estudos e a música, e foi a música que escolheu, apesar de ainda gostar sobre assuntos referentes a psicologia.
Em 1981, classificou-se no Festival MPB Shell da Rede Globo com a canção "Pensei Que Fosse Fácil, Mas Não É", de Zé Rodrix.
Em 1985, participou de outro festival da Rede Globo, o Festival dos Festivais, e interpretou numa das eliminatórias a canção "Vidraça". Ainda naquele ano, participa do especial infantil "A Era dos Halley" de Augusto César Vannucci, cantando ao lado de Guilherme Lamounier a música "Luz de Mim" de Daltony Nóbrega.
Em 1986, após gravar alguns discos e participar de outros, uma fita com uma gravação daquele que é considerado pela cantora o seu primeiro sucesso da carreira "Nem Um Toque", foi levada à Rede Globo e acabou inserida na trilha sonora da telenovela Roda de Fogo (1986). Com essa exposição, a música foi exaustivamente executada nas rádios. Rosana então assinou contrato com a CBS/Sony Music (atual Sony BMG) neste mesmo ano, permanecendo neste selo até 1993, quando migrou para a Polygram.
O maior sucesso, porém, ocorreu em 1987, com a canção "O Amor e o Poder", que fez parte da trilha de Mandala (1987). Versão da música "The Power of Love", a faixa ficou por várias semanas consecutivas em primeiro lugar nas paradas de sucesso. O disco Coração Selvagem, que continha esta canção, vendeu mais de um milhão de cópias, rendendo à cantora vários troféus e homenagens.
Em 1988, foi indicada ao Troféu Imprensa nas categorias de Melhor Cantora de 1987 e Melhor Música do mesmo ano. Também foi indicada a este prêmio nas categorias de Melhor Cantora de 1988 e Melhor Cantora de 1989.
Ao longo da carreira, gravou mais de doze discos, dos quais oito tiveram execução fora do Brasil, sobretudo na América Latina e Portugal, contabilizando oito discos de ouro e dois de platina, e também foi convidada para gravar com cantores internacionais, como Ana Gabriel e Emmanuel, e apresentou-se nos principais programas televisivos. Sempre fez muito sucesso com suas músicas de cunho romântico e de sentimentos profundos.
Nos anos 90 dedicou-se a gravar projetos especiais privilegiando outros estilos musicais, tais como o rhythm and blues no álbum Doce Pecado, 1990 gravado em Miami (EUA) com produção de Ronnie Foster, releituras de clássicos da MPB (Gata de Rua, 1993, com produção de Roberto Menescal) ou uma incursão pela dance music (Vende Peixe-Se, 1996).
Em 1991, Rosana fez vocalize no funk eletrônico Mexa-se, faixa do trabalho de estréia da banda Magrellos, participando do clip do grupo veiculado na MTV e também em programas de tv.
Quando se comemoraram os 90 anos de Carmen Miranda, fez uma homenagem a ela excursionando, em parceria ao Quarteto Maogany, com o espetáculo em 1999. A cantora também gravou canções para dois filmes da Disney: O Corcunda de Notre Dame e Oliver & Sua Turma.
Rosana tem como madrinha de carreira a cantora Leny Andrade e é reconhecida como uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos por nomes consagrados como o cantor e compositor Caetano Veloso, e o produtor musical Max Pierre.
No atual Prêmio de Música Brasileira (antigo Prêmio TIM/SHARP) organizado por José Maurício Machline, Rosana é uma das recordistas com 9 indicações, sendo a última em 2004 pelo álbum Rosana (Movieplay, 2003), e vencedora de 5 prêmios de Melhor Cantora Popular em 1987, 1989, 1990, 1992 e 1994.
Vivendo no Rio de Janeiro, a cantora multi-instrumentista, continua fazendo espetáculos pelo Brasil e exterior, cantando e tocando piano e violão.
E pra ilustrar essa brilhante carreira (agora sim), trago a canção "Linha de Fogo" na versão Soul Inside.
Fonte: Wikipédia

sexta-feira, 1 de março de 2013

DJ Ajax morre aos 41 anos atropelado por caminhão, diz site

Australiano morreu em Melbourne nesta quinta (28), diz Music Network.
Eleito melhor DJ do país, seu selo lançou hit 'We speak no americano'.
 
Adrian Thomas, conhecido como DJ Ajax, morreu aos 41 anos atropelado por um caminhão em Melbourne, na Austrália, publicou nesta quinta-feira (28), o site Music Network. A notícia também foi divulgada pelo jornal "Sidney Morning Herald".
O DJ Ajax era figura ativa na cena de música eletrônica da Austrália. O selo fundado por Ajax, Sweat It Out, lançou o hit mundial "We speak no americano", do duo Yolanda Be Cool, em 2010. Ajax foi eleito por duas vezes, em 2006 e 2007, o melhor DJ do ano na Austrália, no ranking Inthemix.
Segundo o "Sidney Morning Herald", o atropelamento aconteceu em Parkville, subúrbio de Melbourne, na madrugada de sexta-feira."Acreditamos que ele passou correndo em frente ao caminhão que seguia no sentido norte da avenida College Crescent pouco depois de 1h da madrugada. Ele morreu no local", disse um representante da polícia de Victora ao "Sidney Morning Herald".
 
Fonte: Globo.com