MC D' EDDY - RAP DO PIRÃO
Quando o "Rap do Pirão," de D'Eddy, venceu um dos primeiros festivais de funk, no início dos anos 90, o funk nacional se consagrou no cenário musical. Os versos "O alô Pirão / Alô, alô Boa Vistão / Vem pro baile meu amigo / Vem com amor no coração", expressavam o que se sentia ao ouvir o som carregado dos baixos - o chamado batidão - e inauguraram a era dos raps. Quarenta anos depois, o funk, que ao longos dos anos foi quebrando gradativamente as barreiras artísticas, econômicas e sociais, ganhou uma homenagem em formato de peça-baile, que conta como ecoaram os primeiros gritos nas pistas: "Liberta DJ!".
- O "Rap do Pirão" inaugurou a versão brasileira do funk "Miami Bass", com uma pegada brasileira no modo de cantar - explica o autor do livro "Batidão - Uma história do funk", o jornalista Silvio Essinger.
O gênero chegou ao Rio nos anos 70, no extinto Canecão, comandado pelo lendário disc-jockey Big Boy. Da Zona Sul, o soul seguiu para o subúrbio e tomou conta da região. Surgiram dezenas de equipes de Som como Célula Negra, Black Power, Revolução da Mente e Soul Grand Prix.
- A peça começa exatamente no Baile da Pesada, que acontecia no Canecão, e mostra a chegada das equipes de sons nos bairros do subúrbio - conta um dos autores da peça "Funk Brasil - 40 anos de baile", João Bernardo Caldeira.
E é aí que surgiram os DJs Marlboro, Rômulo Costa, Mister Funky Santos, Furacão 2000, D' Eddy e Grandmaster Raphael, bem como os primeiros hits - "Melô da Mulher Feia", "Rap do Pirão" e "Feira de Acari".
Em 1989, o DJ Marlboro foi morar na casa dos avós paternos no Méier, e montou um estúdio no Lins. Por ali passaram sucessos como "Me Leva", do Latino; e "Rap das Armas", dos Mc's Cidinho e Doca.
- O estúdio no Lins está alugado desde 1997, mas ali pude lançar funks que marcaram época. A minha contribuição para a história do funk aconteceu quando ganhei de presente uma bateria do Hermano Vianna. Na época, ele (Hermano) escrevia uma tese sobre o funk, e seu orientador chegou a condená-lo por interferir na história do gênero - explica Marlboro.
No auge do funk, nos anos 90, as pistas ficaram lotadas ao longo de vários fins de semana em clubes e quadras de escolas de samba de bairros do Rio de Janeiro.
- Era algo proibido lá em casa ir ao baile funk, mas a aventura era boa - lembra o ator Dérik Machado.
- O "Rap do Pirão" inaugurou a versão brasileira do funk "Miami Bass", com uma pegada brasileira no modo de cantar - explica o autor do livro "Batidão - Uma história do funk", o jornalista Silvio Essinger.
O gênero chegou ao Rio nos anos 70, no extinto Canecão, comandado pelo lendário disc-jockey Big Boy. Da Zona Sul, o soul seguiu para o subúrbio e tomou conta da região. Surgiram dezenas de equipes de Som como Célula Negra, Black Power, Revolução da Mente e Soul Grand Prix.
- A peça começa exatamente no Baile da Pesada, que acontecia no Canecão, e mostra a chegada das equipes de sons nos bairros do subúrbio - conta um dos autores da peça "Funk Brasil - 40 anos de baile", João Bernardo Caldeira.
E é aí que surgiram os DJs Marlboro, Rômulo Costa, Mister Funky Santos, Furacão 2000, D' Eddy e Grandmaster Raphael, bem como os primeiros hits - "Melô da Mulher Feia", "Rap do Pirão" e "Feira de Acari".
Em 1989, o DJ Marlboro foi morar na casa dos avós paternos no Méier, e montou um estúdio no Lins. Por ali passaram sucessos como "Me Leva", do Latino; e "Rap das Armas", dos Mc's Cidinho e Doca.
- O estúdio no Lins está alugado desde 1997, mas ali pude lançar funks que marcaram época. A minha contribuição para a história do funk aconteceu quando ganhei de presente uma bateria do Hermano Vianna. Na época, ele (Hermano) escrevia uma tese sobre o funk, e seu orientador chegou a condená-lo por interferir na história do gênero - explica Marlboro.
No auge do funk, nos anos 90, as pistas ficaram lotadas ao longo de vários fins de semana em clubes e quadras de escolas de samba de bairros do Rio de Janeiro.
- Era algo proibido lá em casa ir ao baile funk, mas a aventura era boa - lembra o ator Dérik Machado.
- Eu nunca tinha tratado um espetáculo como um baile. Mas li o texto e achei um ponto interessante, que é um chamado para o baile nos anos 70: "Tá feliz? Dance; Tá triste? Dance; Não tem nada para fazer? Dance". Na peça, os atores não param de dançar - conta a diretora Joana Lebreiro, que é casada com o filho do DJ Big Boy.
Como, no final dos anos 90, o tráfico passou a ter sua imagem vinculada aos bailes funk, eles diminuíram sensivelmente no últimos anos. Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, da Polícia Militar, não existe proibição quanto a nenhum gênero musical, desde que não façam apologia ao crime.
Como, no final dos anos 90, o tráfico passou a ter sua imagem vinculada aos bailes funk, eles diminuíram sensivelmente no últimos anos. Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, da Polícia Militar, não existe proibição quanto a nenhum gênero musical, desde que não façam apologia ao crime.
O charme resiste
A diferença entre o charme e o funk já foi tema de um hit de Mc Dollores e Mc Marquinhos muito tocado nos bailes dos anos 90. Muito antes de o "Rap da Diferença" existir, nos anos 80, o DJ Corello virou lenda por criar o fenômeno dos bailes black. Nas pistas, Marco Aurélio Ferreira (o nome por trás do DJ) criou o charme - uma mistura com base na urban R&B que flertava com o jazz e o reggae, e que , mais recentemente, passou a cortejar o hip hop.
Corello não só criou o estilo que anos mais tarde pegaria carona com o sucesso do funk. Ele o mantém vivo até hoje.
- O charme sempre esteve presente nos guetos, e nunca morreu como segmento dançante - diz Corello.
O DJ conta que os bairros de Oswaldo Cruz, Madureira, Rocha Miranda e Marechal Hermes foram os primeiros a concentrar o maior número de charmeiros por metro quadrado do Rio.
- O charme teve seu início no Méier, exatamente no Clube Mackenzie, em março de 1980. De lá para cá, foi quebrando resistências. Naquela época, ganhou mais visibilidade com a ajuda do Marlboro, do Marcão e da Áurea, que faziam programas na rádio tropical e abraçaram a causa. A partir de 1984, com a criação da Só-Mix disco Club, já dividia o interesse dos amantes da black music do subúrbio com o recém-criado Funky Carioca - lembra.
A diferença entre o charme e o funk já foi tema de um hit de Mc Dollores e Mc Marquinhos muito tocado nos bailes dos anos 90. Muito antes de o "Rap da Diferença" existir, nos anos 80, o DJ Corello virou lenda por criar o fenômeno dos bailes black. Nas pistas, Marco Aurélio Ferreira (o nome por trás do DJ) criou o charme - uma mistura com base na urban R&B que flertava com o jazz e o reggae, e que , mais recentemente, passou a cortejar o hip hop.
Corello não só criou o estilo que anos mais tarde pegaria carona com o sucesso do funk. Ele o mantém vivo até hoje.
- O charme sempre esteve presente nos guetos, e nunca morreu como segmento dançante - diz Corello.
O DJ conta que os bairros de Oswaldo Cruz, Madureira, Rocha Miranda e Marechal Hermes foram os primeiros a concentrar o maior número de charmeiros por metro quadrado do Rio.
- O charme teve seu início no Méier, exatamente no Clube Mackenzie, em março de 1980. De lá para cá, foi quebrando resistências. Naquela época, ganhou mais visibilidade com a ajuda do Marlboro, do Marcão e da Áurea, que faziam programas na rádio tropical e abraçaram a causa. A partir de 1984, com a criação da Só-Mix disco Club, já dividia o interesse dos amantes da black music do subúrbio com o recém-criado Funky Carioca - lembra.
E pra ilustrar essa linda matéria trago trago pra vocês aquela canção que veio se tornar o marco zero entre o Miami Bass e Funk atual...
Com vocês, Rap do Pirão de Mc D'Eddy!
Nenhum comentário:
Postar um comentário