DJ GREGO, O MITO!
O baile lá no andar de cima deve estar bem animado. O mundo DJ ficou em choque com a morte, em 16 de setembro de 2010, de Ippocratis Bournellis, mais conhecido como DJ Grego, Gregão ou, para os mais chegados, só "Mans".
Vítima de uma crise de úlcera, Grego faleceu aos 54 anos de idade, deixando dois filhos legítimos (Dani e Fabinho) e uma legião de filhotes que o seguiam como a um sacerdote.
Grego estava na sala de parto de vários movimentos surgidos no Brasil, entre eles, foi um dos responsáveis pelo boom do pop rock nacional em meados dos anos 80, graças à sua gilete afiada, com a qual abriu espaço para um novo mercado na música nacional, o dos remixes.
Grego estava na sala de parto de vários movimentos surgidos no Brasil, entre eles, foi um dos responsáveis pelo boom do pop rock nacional em meados dos anos 80, graças à sua gilete afiada, com a qual abriu espaço para um novo mercado na música nacional, o dos remixes.
Ao lado de Iraí Campos e Julinho Mazzei, Grego remontou, na base de giletadas e durex, a música "Loiras Geladas", que fez o RPM estourar no Brasil inteiro. O próprio Paulo Ricardo, vocalista do grupo, já disse que foi graças à interferência dos DJs que sua banda decolou - até nos shows do RPM as pessoas cantavam a versão criada por eles.
Gregão foi também um dos primeiros caras a mixar músicas no rádio, no programa Jovem Pan Disco Dance, nos anos 70. Foi ainda um dos primeiros a lançar discos de DJ no Brasil. Seu LP Maestro Mecânico, de 1977, vinha com uma novidade antes só vista em discos gringos: era mixado, com músicas coladas umas nas outras. Era como se fosse uma faixa inteira do lado A e outra do lado B.
Gregão foi também um dos primeiros caras a mixar músicas no rádio, no programa Jovem Pan Disco Dance, nos anos 70. Foi ainda um dos primeiros a lançar discos de DJ no Brasil. Seu LP Maestro Mecânico, de 1977, vinha com uma novidade antes só vista em discos gringos: era mixado, com músicas coladas umas nas outras. Era como se fosse uma faixa inteira do lado A e outra do lado B.
Nos anos 80, ele foi pioneiro ao incentivar DJs e produtores mais jovens, criando campeonatos e uma escola dentro de sua loja de discos, a Rock"n"Soul. Entre a meninada que vivia grudada com o "Mans" estavam talentos como XRS e Marky, que depois viriam a se tornar ídolos do drum"n"bass nacional.
Nos anos 90, Gregão se aproximou do mercado fonográfico internacional, foi morar em Miami e chegou a lançar remixes de artistas gringos de renome, como Mariah Carey e Earth, Wind & Fire, de quem remixou a belíssima Fantasy, merecendo elogios até mesmo do próprio grupo.
Conheci o DJ Grego e me tornei seu admirador em meados dos anos 80, admirando seus ótimos remixes, que muitos deles ainda tenho intactos nos discos de vinil que as gravadoras distribuiam na época. Grego ficou conhecido principalmente pela paixão com que exercia seu ofício e pelo respeito com que tratava as pessoas.
Respeito, aliás, era quase um mantra do Grego. Nada mais natural para um cara que começou a carreira no início dos anos 70, época em que DJ era tratado como marginal e ficava nas discotecas "sempre perto do fritador de batatas", como dizia o Mans. Por isso, a frase "Respect The DJs" era invariavelmente lançada no meio de suas falas, talvez até para mesmo que ele nunca tivesse dúvida disso.
Gregão vai ficar na história da música contemporânea no Brasil e na história pessoal de muita gente.
Parte do texto de Claudia Assef que é Jornalista, Produtora, DJ e autora do livro "Todo DJ Já Sambou".
Nenhum comentário:
Postar um comentário